Internacionalização de empresas: funcionários devem saber inglês e espanhol
30/11/2023

A carência de profissionais proficientes em outras línguas é um dos desafios para as organizações.

A expansão dos negócios para o exterior é considerada uma oportunidade de crescimento para as empresas. No entanto, a falta de profissionais com fluência em outros idiomas tem dificultado o processo. Pesquisa realizada pela Economist Intelligence Unit revelou que 74% dos empreendedores brasileiros acreditam perder negócios importantes por conta de barreiras na comunicação. No Brasil, apenas 1% da população é fluente em inglês, como aponta a pesquisa do British Council

 

Neste cenário, a demanda por profissionais com proficiência em línguas estrangeiras tende a crescer. Para atuar no mercado internacional, as empresas esperam que a equipe seja capaz de se comunicar com o público externo. Para boa parte dos executivos, o inglês é o idioma dominante para fazer negociações, conforme identificou a pesquisa desenvolvida pela Global English Corporation. Mas a localização do Brasil faz com que o espanhol, língua nativa de muitos países da América Latina, também seja bastante requisitado.

 

O vice-presidente de Recursos Humanos da operadora de telecomunicações Nextel, Américo Figueiredo, afirma que a falta de fluência em inglês é “um dos problemas com que as empresas estão tendo que lidar no Brasil.” Segundo ele, há poucos profissionais qualificados que também sejam fluentes na língua, o que torna a competição do mercado mais acirrada.

Oportunidades de negócios

A pesquisa Trajetórias de Internacionalização das Empresas Brasileiras, realizada este ano pela Fundação Dom Cabral, mostrou que a exportação foi um dos principais meios para a inserção das empresas nacionais no mercado global. 

 

De acordo com o estudo, a instabilidade econômica do Brasil motivou 72% das grandes corporações brasileiras a aumentar o investimento no mercado internacional. Mas, engana-se quem pensa que a internacionalização é apenas para empresas de grande porte. De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 31% das organizações exportadoras brasileiras são micro ou pequenos negócios, enquanto 34% são de médio porte.

Como o conhecimento de outros idiomas impacta o sucesso profissional 

Uma das formas de se destacar no mercado de trabalho é aprimorar o conhecimento em outras línguas. Muitos processos seletivos exigem a competência como pré-requisito, sobretudo, quando as empresas mantêm relações comerciais em diferentes países. 

 

O inglês é o idioma com o maior número de falantes não nativos do mundo, de acordo com o estudo da Instituição Ethnologue. O caráter global da língua é uma das razões para o seu uso por grande parte das empresas multinacionais. Dessa forma, uma alternativa para os brasileiros que atuam ou desejam ingressar nesse mercado tem sido realizar um curso de inglês corporativo.

 

O conhecimento do idioma é bastante valorizado pelo mercado de trabalho. Inclusive, para a conquista de cargos com remunerações mais altas. Levantamento do portal de vagas Catho mostrou que a fluência em inglês pode garantir um salário até 61% maior.

 

Mas não é só o aprendizado em inglês que conta no currículo. A busca por um curso de espanhol para negócios também é feita por quem deseja ingressar, crescer e, também, se recolocar na carreira profissional.

 

O Brasil é um dos destinos mais escolhidos pelas empresas de língua espanhola que querem expandir os negócios. Isso porque o mercado é um importante foco de desenvolvimento na América Latina, como explica o CEO da Nulinga, Martin Perri. 

 

O espanhol é o idioma oficial dos países que fazem fronteira com o Brasil, com exceção apenas da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. “Embora o seu alcance não tenha a mesma amplitude do inglês, esta é a língua nativa de países interessantes economicamente para os brasileiros”, analisa Perri.

 

O relatório Panorama Tech na América Latina aponta que, nos últimos anos, os investimentos em startups cresceram de forma exponencial na região, passando de 558, em 2000, para 33.489, em 2023. O Brasil lidera o ranking, com um total de 13 mil negócios ativos. Os números mostram o potencial de um mercado que precisa de profissionais qualificados e que tenham o conhecimento num segundo idioma.

 



Fonte: ambitojuridico.com.br